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ENSINO MÉDIO

10/10/2012 - 3º ANOS - ENSINO MÉDIO: DISPONIBILIZANDO SITE COM ANÁLISES/COMENTÁRIOS DE QUESTÕES DE VESTIBULARES DIVERSOS E TAMBÉM DO ENEM. 

ACESSE O LINK ABAIXO E... BONS ESTUDOS!


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FONTE: http://www.edume.com.br/Home/Busca
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22/05/2012 - 3º ANOS - ENSINO MÉDIO:  DISPONIBILIZANDO MATERIAL PARA AS PRÓXIMAS AULAS - REVISÃO - ESTUDO DOS ELEMENTOS DA NARRATIVA EM GÊNEROS VARIADOS:

1) CONTO - "JOÃO E MARIA"(Christiane Angelotti,adaptado da obra dos Irmãos Grimm)

Às margens de uma extensa mata existia, há muito tempo, uma cabana pobre, feita de troncos de árvore, na qual morava um lenhador com sua segunda esposa e seus dois filhinhos, nascidos do primeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina, Maria.
A vida sempre fora difícil na casa do lenhador, mas naquela época as coisas haviam piorado ainda mais: não havia comida para todos.
— Minha mulher, o que será de nós? Acabaremos todos por morrer de necessidade. E as crianças serão as primeiras…
— Há uma solução… — disse a madrasta, que era muito malvada. — Amanhã daremos a João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos.
O lenhador não queria nem ouvir falar de um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo.
No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou a chorar.
— Não chore — tranqüilizou-a o irmão — Tenho uma idéia.
Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da lua e as escondeu no bolso. Depois voltou para a cama.
No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças.
As crianças foram com o pai e a madrasta cortar lenha na floresta e lá foram abandonadas.
João havia marcado o caminho com as pedrinhas e, ao anoitecer, conseguiram voltar para casa.
O pai ficou contente, mas a madrasta, não. Mandou-os dormir e trancou a porta do quarto. Como era malvada, ela planejou levá-los ainda mais longe no dia seguinte.
João ouviu a madrasta novamente convencendo o pai a abandoná-los, mas desta vez não conseguiu sair do quarto para apanhar as pedrinhas, pois sua madrasta havia trancado a porta. Maria desesperada só chorava. João pediu-lhe para ficar calma e ter fé em Deus. 
Antes de saírem para o passeio, receberam para comer um pedaço de pão velho. João, em vez de comer o pão, guardou-o.
Ao caminhar para a floresta, João jogava as migalhas de pão no chão, para marcar o caminho da volta.
Chegando a uma clareira, a madrasta ordenou que esperassem até que ela colhesse algumas frutas, por ali. Mas eles esperaram em vão. Ela os tinha abandonado mesmo!
- Não chore Maria, disse João. Agora, só temos é que seguir a trilha que eu fiz até aqui, e ela está toda marcada com as migalhas do pão. 
Só que os passarinhos tinham comido todas as migalhas de pão deixadas no caminho.

Contos, fabulas e historinhas: João e Maria

As crianças andaram muito até que chegaram a uma casinha toda feita com chocolate, biscoitos e doces. Famintos, correram e começaram a comer. 
De repente, apareceu uma velhinha, dizendo: - Entrem, entrem, entrem, que lá dentro tem muito mais para vocês. 
Mas a velhinha era uma bruxa que os deixou comer bastante até cairem no sono e confortáveis caminhas. 
Quando as crianças acordaram, achavam que estavam no céu, parecia tudo perfeito. 
Porém a velhinha era uma bruxa malvada que e aprisionou João numa jaula para que ele engordasse. Ela queria devorá-lo bem gordo. E fez da pobre e indefesa Maria, sua escrava. 
Todos os dias João tinha que mostrar o dedo para que ela sentisse se ele estava engordando. O menino, muito esperto, percebendo que a bruxa enxergava pouco, mostrava-lhe um ossinho de galinha. E ela ficava furiosa, reclamava com Maria:
- Esse menino, não há meio de engordar. 
- Dê mais comida para ele! 
Passaram-se alguns dias até que numa manhã assim que a bruxa acordou, cansada de tanto esperar, foi logo gritando:
- Hoje eu vou fazer uma festança. 
- Maria, ponha um caldeirão bem grande, com água até a boca para ferver. 
- Dê bastante comida paro seu o irmão, pois é hoje que eu vou comê-lo ensopado. 
Assustada, Maria começou a chorar. 
— Acenderei o forno também, pois farei um pão para acompanhar o ensopado. Disse a bruxa. 
Ela empurrou Maria para perto do forno e disse: 
_Entre e veja se o forno está bem quente para que eu possa colocar o pão.
A bruxa pretendia fechar o forno quando Maria estivesse lá dentro, para assá-la e comê-la também. Mas Maria percebeu a intenção da bruxa e disse:
- Ih! Como posso entrar no forno, não sei como fazer? 
- Menina boba! disse a bruxa. Há espaço suficiente, até eu poderia passar por ela.
A bruxa se aproximou e colocou a cabeça dentro do forno. Maria, então, deu-lhe um empurrão e ela caiu lá dentro . A menina, então, rapidamente trancou a porta do forno deixando que a bruxa morresse queimada.
Mariazinha foi direto libertar seu irmão.
Estavam muito felizes e tiveram a idéia de pegarem o tesouro que a bruxa guardava e ainda algumas guloseimas .
Encheram seus bolsos com tudo que conseguiram e partiram rumo a floresta.
Depois de muito andarem atravessaram um grande lago com a ajuda de um cisne.
Andaram mais um pouco e começaram a reconhecer o caminho. Viram de longe a pequena cabana do pai.
Ao chegarem na cabana encontraram o pai triste e arrependido. A madrasta havia morrido de fome e o pai estava desesperado com o que fez com os filhos.
Quando os viu, o pai ficou muito feliz e foi correndo abraça-los. Joãozinho e Maria mostraram-lhe toda a fortuna que traziam nos seus bolsos, agora não haveria mais preocupação com dinheiro e comida e assim foram felizes para sempre.

Contos, fabulas e historinhas: João e Maria
Veja mais contos infantis.


2) VÍDEO - "JOÃO E MARIA" - ADAPTAÇÃO PARA A TV - TV CULTURA



3) VÍDEO - MÚSICA "JOÃO E MARIA", DE SIVUCA E CHICO BUARQUE:



4) LETRA DA MÚSICA "JOÃO E MARIA", DE SIVUCA E CHICO BUARQUE:


Agora eu era o herói

E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

Fonte: http://letras.terra.com.br/chico-buarque/45140/

5) POEMA - "JOÃO E MARIA" (Martins D’Alvarez  ( 1904 – ?))

 JOÃO E MARIA











João e Maria,
todos os dias.
saíam cedo
pelos caminhos.
Maria em busca
de borboletas,
João à procura
de passarinhos.
Porém um dia
João e Maria
atrás dos bichos
tanto correram,
que não souberam
voltar pra casa;
viram, chorando,
que se perderam.
E os dois, rezando
pediram a Deus
que os conduzisse
para seus pais,
que eles juravam
com borboletas
e passarinhos
não mexer mais.
E Deus, ouvindo-os,
mandou que um anjo
a casa os guiasse
pelos caminhos.
E os dois meninos
não mais mexeram
com as borboletas
e os passarinhos.




6) POEMA - REFLEXÃO: RECONTANDO "JOÃO E MARIA", DE PEDRO PAULO GAMA BENTES

J. mesmo calculista e malvado,
Aos dezessete anos era inocente!
Pelo fato de ser um adolescente,
Era pela lei assim considerado.

M. quase dezoito era tão pura,
Como a coca malhada que vendia,
(E que espertamente não consumia...)
Um dia a avó lhes deu uma dura:

“Vocês vão ter que tomar juízo!”
Traumatizados, eles a mataram!
Mas não ficaram ali no prejuízo:

Pois logo foram ressocializados,
E como os bens dela herdaram,
Viveram felizes e capitalizados!

Fonte: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=1338&ei=BSy8T5TsJJGy8QSjsZhV&usg=AFQjCNGAdZci5YGkZA_pYzNPM8Cx3ZRQ6Q&sig2=gkxeZXV8HPm9yEjFlLhL-w



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17/05/2012 - RECEITA BÁSICA PARA “SE DAR BEM” NOS TESTES DE MÚLTIPLA ESCOLHA – DIGA ADEUS AO “CHUTE”


  1. Os testes de múltipla escolha poderiam também chamar-se “testes de única escolha”, porque de fato, a escolha incide sempre sobre uma das quatro ou cinco respostas apresentadas, ou seja: são lidas e analisadas múltiplas respostas para escolher a única correta.
  2. Alguns candidatos adoram esses testes, dizendo que é fácil acertar; outros detestam afirmando que é mais fácil errar, porque muitas vezes as respostas apresentadas nas alternativas são tão próximas e parecidas, que fica difícil escolher a correta e fácil escolher uma das erradas.
  3. De um modo ou de outro, os grandes vestibulares do país apresentam questões de múltipla escolha e também questões discursivas, e essa razão é suficiente para que, em vez de reclamar, os candidatos procurem entender adequadamente a filosofia de cada tipo de questão e buscar práticas que os ajudem a responder com menos dificuldade e mais certeza.
  4. O melhor conselho, neste caso, é LER E RELER, antes de responder, pois um pequeno detalhe não observado numa pergunta pode conduzir a resposta para um caminho errado: se o candidato tem dificuldades e obstáculos para descobrir a única resposta correta, o elaborador tem tantas ou mais dificuldades e obstáculos para criar uma questão sem defeitos. O candidato não sabe a resposta e tentará encontrá-la a partir do enunciado da questão. O elaborador sabe a resposta e tentará fazer o enunciado da questão de modo a não facilitar demais, nem complicar demais, pois o que pretende com a pergunta é verificar a competência (as habilidades) do candidato em usar seus conhecimentos para respondê-la. Justamente por isso não é fácil elaborar questões de exames ou concursos, porque não bastam os conhecimentos do elaborador, não bastam os fundamentos da avaliação e os objetivos da pergunta que obedecem a tais fundamentos. Será necessária, também, bastante sutileza do elaborador e uma boa dose de criatividade para levar o enunciado da pergunta a sua melhor formulação. A ocorrência de questões de múltipla escolha anuladas todos os anos em exames vestibulares é o mais atestado que se pode dar dessa dificuldade de elaboração.
  5. Outro fato a considerar, igualmente importante, nas questões de múltipla escolha, é que o elaborador conhece a resposta correta e tem de elaborar quatro incorretas. Se, para o candidato, o mais difícil é encontrar a resposta correta, para o elaborador é mais difícil encontrar as respostas incorretas, pois estas não podem ser demasiadamente parecidas com a correta, para não dar de graça as informações, por um lado, e para não deixar confuso o candidato, por outro lado. Quer dizer: o elaborador tem de criar variações nas alternativas incorretas para testar o conhecimento – as competências e as habilidades – do candidato.
  6. Ora, o primeiro ponto a refletir é este: as questões de múltipla escolha têm uma única resposta correta. Parece óbvio, mas não é tanto assim. É preciso observar, em seguida, que a resposta correta é aquela que, com suas palavras, corresponde com exatidão às palavras do enunciado ou raiz da questão. Então, o critério básico é este: encontrada a resposta que parece a correta, será preciso confrontá-la com a raiz da questão. A mais simples diferença poderá significar que não se escolheu a alternativa correta.
  7. As alternativas incorretas se apresentarão de acordo com uma escala de maior ou menor incorreção. É fácil identificar as muito erradas, mas a dificuldade aumenta à medida que aumenta a semelhança entre incorretas e correta. Vale também aqui o critério apontado acima: se houver dúvidas, por exemplo, entre duas respostas, é preciso compará-las, parte a parte com a raiz da pergunta, pois essa comparação permitirá detectar o detalhe que torna errada uma ou outra.
  8. Estas reflexões permitem criar um MÉTODO PARA RESPONDER QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA: 1) Ler e reler o enunciado para ter certeza do que é pedido; 2) ler atentamente as respostas e, na releitura, eliminar as muito erradas; 3) escolhida entre as restantes a que se considera certa, fazer o confronto novamente com a raiz da questão.
  9. Talvez esse MÉTODO não ajude a responder corretamente todas as questões, mas evitará seguramente, que se errem questões médias e fáceis.
  10. LEIA A QUESTÃO ATENTAMENTE: parece redundante, mais é bom reforçar essa ideia: o maior índice de erros em questões de múltipla escolha se dá pela leitura superficial ou desatenta da questão. É preciso ler uma múltipla escolha palavra por palavra. Estudos comprovaram que nossos olhos são treinados para reconhecer uma palavra como um todo, e não letra por letra. Do mesmo modo, lemos as frases de modo corrido e esquecemos de detalhes, de “excetos”, de “nãos” e outras coisas que nos levarão ao erro. Lembre-se: o problema não é “errar o que você não sabe”, mas sim, “errar o que você sabe”.
  11. Lida a questão atentamente, você vai perceber se ela quer saber qual a alternativa certa ou qual a errada. A partir daí, você deve ler cada alternativa com atenção e, ao final, pensar: “Isso que acabei de ler é certo, errado ou eu não sei?” Se for certo, coloque um “c”. Se for errado, um “e”. Se não souber, “?”. Ao final, tendo classificado assim as alternativas, basta conferir no enunciado se o que você quer é a certa ou a errada e marcar sem dúvida.
  12. Leia todas as alternativas. Mesmo que você tenha certeza que a alternativa a ser marcada é a letra “a”, nunca encerre a questão por aí. Muitas vezes, as outras alternativas lhe mostrarão que seu raciocínio está errado ou que há uma alternativa mais errada que aquela.
  13. Em uma questão de múltipla escolha há três tipos de assertivas: absurdas, corretas e duvidosas. O problema está nessas últimas. Não é segredo para ninguém que as questões de múltipla escolha nem sempre são bem elaboradas, haja vista o número de questões anuladas em diversas provas de vestibulares ou concursos. Estas não conseguem exprimir para o candidato o que o examinador deseja. Assim, a melhor metodologia para responder a essas questões é, em primeiro lugar, eliminar as absurdas (sempre uma ou duas) e depois lidar apenas com as restantes. Se houver uma obviamente correta, não fique procurando “chifres em cabeça de cavalo”. Se estiver em dúvida entre duas ou três alternativas, pergunte-se: “qual dessas é a mais correta?”. Esse simples juízo pode lhe salvar um acerto.
  14. É preciso ter “malícia”, mas é proibido se perder em “divagações”. A “malícia” que você aplica na análise deve sempre ser pautada pela análise do grau de correção da alternativa. Você deve pensar: “acho que essa está errada, pois há uma “pegadinha” aqui”. Mas, não pare por aí. Adicione: “se essa “pegadinha” existir mesmo, essa será a mais errada entre as alternativas”? Se positivo, ok, marque essa. Em caso negativo, desconsidere. Sempre opte pela alternativa que lhe pareça mais correta, ainda que você tenha a “pulga atrás da orelha” com uma outra. É claro que isso não é fácil, nem é uma coisa para se conseguir de um dia para o outro. Uma coisa é certa: é muito mais comum as pessoas errarem questões em razão de ficarem procurando “pegadinhas” que não existem, esquecendo de marcar as questões mais óbvias, do que, por tentarem ver a obviedade, caírem na “pegadinha”.
  15. Uma outra dica para não cair na “pegadinha” que você mesmo criou, ou seja, para não ficar divagando e procurando “chifre em cabeça de cavalo” é: “nunca extrapole a questão”. O que está escrito é o que vale. Nunca adicione dados ou hipóteses além daquilo que está escrito. É muito comum as pessoas saírem da prova afirmando: “certo, mas se você pensar assim e assim, essa alternativa fica errada”. Esse é o maior erro. Questões de múltipla escolha sempre serão, em sua maioria, óbvias. Você pode até não saber a resposta, por não ter o conhecimento necessário, mas raramente esse tipo de raciocínio lhe levará a algum lugar, além do erro. A resposta da múltipla escolha deve ser buscada dentro das alternativas, valendo-se, se necessário, de uma comparação entre elas para saber qual a mais certa, não em uma divagação a partir das alternativas.
  16. Na prática:
1º Ler e reler o enunciado. Localize as palavras-chave.
2º Durante a releitura, elimine as alternativas erradas – Verifique a raiz do enunciado.
3º A alternativa considerada correta deve ser confrontada com a raiz do enunciado.
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14/05/2012 - SEMINÁRIO - PLANEJAMENTO/PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO


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14/05/2012 - TRABALHOS ACADÊMICOS - METODOLOGIA CIENTÍFICA


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10/03/2012 - ENTREVISTA (EXEMPLO):


Presente do Futuro: o cinema como janela para o mundo

Escrito em 05 março, 2010 
“O  que realmente me deixa feliz não é o fato de saber como as pessoas me viram, mas como viram minha cidade. O Brasil inteiro percebeu que dentro do Brasil existem vários Brasis. Manari é um deles”, Valéria Fagundes.
valeria-fagundes
Por Marcus Tavares
Talvez, você se lembra dela. Valéria Fagundes era uma jovem estudante do interior de Pernambuco. Morava em Manari, que possuía o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. A história dela foi uma de muitas retratadas pelo  documentário Pro Dia Nascer Feliz, do diretor João Jardim. O filme estreou, aqui no Rio, em janeiro de 2007.
Na ocasião, tive a oportunidade de entrevistar o diretor.  Segundo ele, trata-se de um documentário investigativo que mostra que não existem padrões de escolas, mas realidades complexas que envolvem alunos, professores e sistemas públicos e privados de educação. De certa forma, o conteúdo das cenas não é muito diferente das histórias que já foram publicizadas pela mídia. Mas, o fato é que elas estão todas reunidas numa costura narrativa simples, objetiva e sem ser piegas.
Passados três anos e em comemoração ao Dia da Criança no Rádio e na TV, uma data festiva coordenada há mais de 15 anos pelo Unicef, que tem o objetivo de dar vez e voz, na mídia, ao público infantil, resolvi conversar com Valéria. Afinal, o que aconteceu com aquela jovem estudante que lutava, no agreste de Pernambuco, contra todas as dificuldades para estudar? A partir do momento em que sua história ganhou as telas do país sua vida mudou? Qual foi o impacto do cinema na sua vida?
Acompanhe a entrevista:
revistapontocom – Como você foi ‘parar’ no filme Pro Dia Nascer Feliz?
Valéria Fagundes
 – O filme aborda as condições de ensino em todo o Brasil. Então o diretor [João Jardim] foi até a minha cidade para ver como funcionava a educação na cidade de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do país, Manari [ dados de 2000]. Ao chegar à cidade, o João percebeu uma aglomeração de alunos em frente à casa do prefeito. Estávamos reivindicando transporte escolar. O diretor conversou com vários jovens, inclusive comigo. Depois ele nos acompanhou no caminho para escola e durante as aulas. E aí foi selecionando os personagens.
revistapontocom – Você tinha ideia do que era uma produção de cinema?
Valéria Fagundes
 – Para falar a verdade nunca tinha ido ao cinema nem imaginava como seria uma produção cinematográfica. O diretor não nos disse que aqueles depoimentos estariam mundo afora,embora a presença da equipe do filme tenha causado o maior reboliço na cidade.
revistapontocom – Como foi “da noite para o dia” se ver na tela do cinema e sob os holofotes da imprensa?
Valéria Fagundes
 – Foi um choque! A primeira vez que me vi na telona foi em Recife. Quando acabou a sessão, as pessoas me abraçavam. Certa vez, uma mulher me disse: se eu pudesse, botava essa menina no bolso e levava pra casa [risos]. Não entendia direito porque causava esse tipo de sentimento nas pessoas. Mas também não queria que me vissem como uma coitadinha. Apesar de tudo e da vida árdua, parte do que sei e do que sou  aprendi com aquele povo e naquelas condições. Eu vivia ali no meio daquela realidade e sabia que não era nada fácil. Mas quando essa mesma realidade foi projetada é que a ficha caiu. Manari passou a ser capa de revista, notícias de jornal. De repente, me vi dando entrevista, aparecendo na TV.
revistapontocom – O fato de você ter aparecido no filme mudou a sua vida?
Valéria Fagundes
 – Costumo dizer que minha vida pode ser dividida antes e depois do filme. A partir da aparição no documentário, comecei a viajar e conhecer praticamente todos os estados do país. Conheci pessoas importantes e principalmente ampliei minha visão sobre o mundo. Na verdade, o filme abriu algumas portas. Então comecei a projetar meu futuro por meio dessas oportunidades.

revistapontocom -  Mudou, inclusive, a sua maneira de pensar?
Valéria Fagundes
 – Com certeza. Minha maneira de pensar mudou de tal forma que não pude continuar em Manari, porque a maioria das pessoas já se acomodou com aquela realidade e não vislumbra  possibilidade de mudança. Então cheguei ao um ponto que precisei sair e trilhar outro caminho. As pessoas pensam de forma muito limitada. O que elas sabem é o que é transmitido pela grande mídia. Elas absorvem e pronto. Nunca param pra questionar  porque Manari ainda permanece nesse panorama ruim. Nem as crianças nem os jovens sabem quais são os seus direitos. Esse pensamento limitado vai sendo transmitido.
revistapontocom – As pessoas viram você de forma diferente depois do filme?
Valéria Fagundes
 – Acredito que sim. As pessoas perceberam que tudo aquilo que eu dizia começava a fazer sentido. Meus professores começaram a entender que existem várias outras valérias que estão à espera de uma oportunidade para fazer da sala de aula um ambiente mais agradável.  O que realmente me deixa feliz não é o fato de saber como as pessoas me viram, mas como viram minha cidade. O Brasil inteiro percebeu que dentro do Brasil existem vários Brasis. Manari é um deles.

revistapontocom – Que importância o cinema teve para você?
Valéria Fagundes
 – O cinema projetou a história de minha cidade que até então era desconhecida. Projetou minha história e possibilitou o encontro do meu sonho com a realidade.

revistapontocom – Depois de três anos do filme, a Valéria….
Valéria Fagundes
 – Sou outra pessoa no mesmo retrato. Muitas coisas daquela Valéria do filme ainda mantenho, mas foi preciso abrir mão de outras  para me manter firme e forte aqui na selva de concreto. Estou cursando o 6º período do curso de jornalismo, escrevendo um livro sobre minha vida e trabalhando com midiaeducação. Recentemente, inscrevi um roteiro num edital da Fundarpe – Fundação do Patrimônio Histórico e Cultural de Pernambuco. O roteiro foi selecionado e vou dirigir um curta sobre a história de Manari.

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10/03/2012 - RESENHA (EXEMPLO):

Pro dia nascer feliz: uma lente sobre a educação

“Pro dia nascer feliz” tem o mérito de abordar o tema da educação sob forma documental. O filme desmascara o shopping-escola mostrado na TV e mostra o abismo que existe entre as escolas de elite e as escolas públicas.
 Por Ronan
Junto com o crédito imobiliário, o cinema nacional também é um setor quase totalmente financiado por recursos públicos. Há ainda a semelhança de retirar recursos de todos e atender mais especificamente a classe média. O cinema nacional tem uma enorme dívida com a população brasileira. Apesar do bom exemplo de alguns filmes, como Cronicamente Inviável (2000), Central do Brasil (1998), Tropa de Elite(2007), O Prisioneiro da Grade de Ferro (2003), Notícias de uma Guerra Particular (1999) e Braços Cruzados, Máquinas Paradas (1978), há muito a ser feito.
pro-dia7
Descontração na sala de aula
Independente das leituras que se possa ter sobre os títulos citados, inegavelmente eles jogam luz sobre problemas brasileiros, forçando o debate e um maior esclarecimento sobre questões importantes. Num país com pouca leitura e milhões de iletrados ou analfabetos funcionais, o cinema adquire maior importância pedagógica. Muitos temas estão a espera de um filme à altura: biografias nacionais, a formação do país, o modelo de desenvolvimento, a questão urbana, a questão indígena, transportes, estrutura política, clientelismo, infância, novas migrações, moradia, movimentos sociais, escravidão, racismo… Falta-nos um Spike Lee, um Moore, um Mário Van Peebles (do magistral Panteras Negras, E.U.A., 1995). Nesse sentido, foi uma boa notícia a realização de Pro Dia Nascer Feliz (2007), filme documentário de João Jardim que aborda a educação no país.
pro-dia4
Professoras em conselho de classe
Ainda está para ser feito “o filme” sobre educação no Brasil, e o meu palpite é que um trabalho para dar conta da questão precisaria adotar a metodologia de O Prisioneiro da Grade de Ferro: treinar as pessoas envolvidas para manusearem as câmeras e deixar que elas filmem o seu cotidiano. Por mais desgraçado que seja o ambiente escolar mostrado, a simples presença de pessoas filmando acaba por esconder fatos, pois força um outro comportamento. Um exemplo é ver no filme a ausência de xingamentos e ofensas contra os alunos e suas famílias em reunião de professores. Apesar disso, Pro Dia Nascer Feliz é um dos melhores filmes que eu conheço sobre o tema e faz par com o francês Entre os Muros da Escola (2008) como roteiro obrigatório para gente da área ou interessados em geral.
A sinopse oficial de Pro Dia Nascer Feliz afirma que o filme trata da relação do adolescente com a escola, focando também a desigualdade social e a banalização da violência. De fato, o filme mostra o cotidiano escolar de uma região extremamente pobre em Pernambuco, outra precarizada no Rio de Janeiro, umas em situação de barbárie em São Paulo, uma em estado razoável em Itaquaquecetuba (SP) e uma escola de elite de São Paulo. Há uma nítida opção pelo aluno, mostrando jovens pressionados em busca de resultados, outros abandonados física e afetivamente pelos pais, submetidos a um conflito de gerações com os professores, abandonados por uma escola que muitas vezes nem aula tem. Mostra que há angústias comuns entre os jovens de todas as classes, mas um abismo social que os separa.
O mérito do filme está, primeiro, em abordar a questão sob forma documental. É um antídoto paraMalhação, programa da TV aberta brasileira, de alta audiência entre os jovens, que aborda o cotidiano de uma escola particular. Eis que no vaivém dos capítulos de Malhação, a pretexto de se falar de estudantes e escola, os alunos não são focados como tais, mas como elementos conviventes em um shopping. Tanto é que praticamente só é focado o espaço fora da sala de aula, há pouco de estudantes e pouco de escola. No programa é mostrado namoro, fofocas, moda, briguinhas entre grupos, corpos belos, muito consumo, mas nenhuma pessoa na real condição de estudante, menos ainda do que é a média do estudante brasileiro. Certamente, se Malhação mostrasse a realidade do cotidiano escolar da população não teria a audiência que o shopping batizado de escola lhe dá. Trata-se de um exemplo do que não é a educação brasileira. Pro Dia Nascer Feliz desmascara o shopping-escola mostrado na TV.
Outro mérito: o filme conseguiu fugir de dois grandes estereótipos em filmes sobre educação. Geralmente, o romantismo é base do assunto e foca-se no professor, mostrando-o como herói. Num estereótipo, o professor é o herói libertário despertador de paixões, a exemplo de Escritores da Liberdade (E.U.A., 2007) e Sociedade dos Poetas Mortos (E.U.A., 1989). O salário, o trabalho e todas as adversidades não são entraves para o heroísmo individual docente, cuja vontade é capaz de derrotar todos os problemas. No outro estereótipo, em filmes como Ao Mestre com Carinho (E.U.A., 1967), o professor é retratado como um herói autoritário, regenerador moral, cujo pulso firme é o fio condutor da salvação de alunos tidos como moralmente perdidos. Em Mentes Perigosas (E.U.A., 1995), novamente o heroísmo individual da professora é a fonte de humanização de alunos selvagens.
pro-dia5
Sala de aula precária
Pro Dia Nascer Feliz foca o aluno e mostra o professor tal qual ele é: na escola dos pobres, um trabalhador precarizado tão vitimizado quanto os alunos e impotente diante do caos em que se vê imerso. Na escola dos ricos, um elemento de classe média desfrutando do status e respeito que as condições lhe oferecem. Aliás, uma forma interessante de se pensar o filme está na comparação da figura dos professores das diferentes escolas. De um lado, professoras descabeladas, com olheiras, cansaço visível e uma situação que leva muitos aos calmantes e antidepressivos: xingamentos, ofensas, descaso e a convivência em escolas e bairros que são uma tortura estética. Do outro, a suavidade de uma professora falando de O Cortiço, de Aloísio Azevedo, do alto de seu salário de R$ 6 mil mensais, sem expressão de cansaço, muito bem vestida e diante de uma platéia silenciosa de futuros vencedores, num ambiente aprazível, limpo e arborizado; da cadeira ou sofá pode-se sentir o frescor que o ambiente transmite.
Esse ponto é importante no filme. Embora se possa desejar que o professorado deveria ser melhor e mais ativo quanto à organização do trabalho educacional, o filme mostra claramente como é falaciosa a tentativa de se culpar pura e unicamente os professores pelo fracasso educacional. Se em algumas cenas mostra-se o descaso de alguns professores com a figura do aluno, muitas outras mostram professores muito engajados que, no entanto, são massacrados pelas condições estruturais reinantes. Se não se pode negar a má qualificação docente e o fato de que todos nós deveríamos saber sempre mais de alguma coisa, o filme mostra que o problema está na falta de suporte geral para os docentes e para o ambiente em que trabalham, a começar pela formação. O professor precário de hoje é o fruto da criação planejada de uma educação solapada, muito útil aos donos de escolas particulares, que precisa lidar com uma realidade social complexa, tendo que atender simultaneamente alunos de alto potencial e jovens desinteressados e indisciplinados, sem auxílio das famílias ou uma rede de proteção.
pro-dia6
Alunas do Colégio Santa Cruz
Mais mérito: o filme consegue mostrar que o desinteresse dos alunos, a sabotagem educacional, não está presente somente nos colégios destinados aos populares. No colégio Santa Cruz, de São Paulo, cuja mensalidade beira os R$ 1.600 reais, encontram-se também pichações, agressões, mal-estar com a escola, alunos sonolentos, desinteressados, repetentes e que pouco valor dão aos estudos, mais interessados nas conversas e nos beijos, amizades e namoros. Por este norte, mostra-se que se a escola existe como uma coisa pensada por seus gestores e professores antes de os alunos a adentrarem; estes, por sua vez, procuram adequá-la aos seus interesses uma vez que nela se inserem. Num mesmo prédio, temos a escola tal como a fazem e pensam os gestores e professores e outra escola tal qual a fazem e pensam os alunos. O que é uma característica de toda organização: o poder de fato é sempre uma média entre o que pretendem os administradores e o que permitem e desejam os administrados, seja na escola, hospital ou penitenciária.
pro-dia
A talentosa Valéria, de Pernambuco
Embora se encontre quem veja o filme e procure justificar o fracasso das más escolas públicas pelo desinteresse e indisciplina dos alunos, transformando em culpados as verdadeiras vítimas, as imagens não deixam dúvidas quanto aos problemas estruturais da educação pública centrados em gestão, qualificação e financiamento. Péssima estrutura, professores mal qualificados, péssimos gestores, carentes de qualificação mínima, nenhuma ou pouca assistência ao aluno. Enfim, uma escola condizente com a formação de um exército de trabalhadores precarizados onde os índices de segurança pública e fatores disciplinares acabam pesando mais na formação de uma juventude que possui pela frente um mercado de trabalho rústico. Claramente, o maior interesse dos alunos mostrado no colégio de elite é condizente com o futuro que os espera. Enquanto os primeiros estão numa escola que significa uma verdadeira condenação social, com horizontes de trabalho pesado e mal remunerado, os últimos têm, a cada dia, confirmada a sua destinação para cargos de chefia ou trabalhos bem remunerados e bem vistos socialmente. No final do filme, informações mostram que a aluna da escola pública abandona a poesia e os escritos, terminando como dobradora de roupas, enquanto a aluna do Santa Cruz figura como ingressante em engenharia na USP.
pro-dia3
Alunos de Duque de Caxias-RJ
O menino de Duque de Caxias, repetente e indisciplinado, paradoxalmente termina no exército. A sonhadora de Pernambuco faz curso normal para tornar-se professora; outra, de São Paulo, fugida da escola por ameaças de agressão, já com filho, sonha em assumir o giz e o quadro negro. Depoimentos fortes mostram uma jovem narrando como assassinou a facadas uma colega no colégio, e outros rapazes contam suas desventuras no mundo do crime, agredindo e assaltando. Mas o horror maior não está somente nos depoimentos daqueles que ficaram inseridos em locais onde a degradação social instalou uma cultura de morte e desvalorização da pessoa humana. No depoimento da jovem do Santa Cruz, a mesma que figura como ingressante em engenharia na USP, vemos a aluna tentar aludir uma preocupação com os pobres para, em seguida, dizer que não pode se mobilizar em prol de uma melhoria social porque isso implicaria abandonar sua rotina que inclui natação, clube, yoga etc. Explicita que tem sorte por ter nascido na elite e precisa cuidar de seus interesses, como se o seu bem-estar não estivesse umbilicalmente ligado à miserabilidade de tantos outros.
Um grave problema do filme é seu esforço em não culpabilizar os dirigentes pelas condições da escola pública. Embora mostre alguns números, como a quantidade de colégios sem banheiros no país (13,7 mil), sem água (1,9 mil), alto índice de abandono até a 8ª série (41%), e o fato de metade dos alunos do fundamental não saberem escrever corretamente, a abordagem oculta culpados. Faltam dados sobre política educacional, sobre financiamento, sobre currículo, sobre história da educação brasileira, que permitam o adequado entendimento de como é que se criou tamanha barbárie. Dessa forma, o filme alimenta o cinismo de sempre: se sabem os problemas educacionais mas nunca se sabem os responsáveis pelos mesmos. Mais do que qualquer área, em educação só se encontram vencedores. Ninguém se apresenta como o diretor ou antigo secretário do aluno condenado por sua miséria educacional. Quem conhece a coisa por dentro, certamente fica em dúvida se a educação pública, em média, perde para trabalhos como o de policial e carcereiro no aprendizado paulatino de um cinismo organizacional. É um cinismo como método.
Outro grave problema é a forma como o filme alimenta o mito da boa escola particular. Embora foque uma escola em melhor estado ao lado de escolas públicas péssimas, ao compará-las somente com uma escola privada de elite alimenta-se o discurso estelionatário do empresariado da educação. Primeiro, não se consegue entender a má formação docente sem se pensar na forma como empresas de educação extraem dinheiro das pessoas ofertando-lhes um péssimo produto, sem que sejam importunadas pelas autoridades responsáveis em fiscalizar a área. Explicando: empresas financiadoras de políticos e políticos donos de empresas de educação. Eis que a grande maioria dos colégios privados também é de má qualidade e somente uma situação de barbárie nas escolas públicas é que dá a eles alguma vantagem na área. Por outro lado, no seio de grandes redes públicas de educação, existem experiências bem sucedidas, colégios de melhor qualidade que muitos dos particulares das redondezas. Entretanto, além de minoritários, tais colégios possuem mecanismos informais de seleção de ingressantes para excluir os mais precarizados, e acabam sendo preenchidos com filhos de professores, pequenos comerciantes, policiais etc. Quem quiser saber qual é o melhor colégio público de uma dada cidade basta averiguar onde são matriculados os filhos de professores que estudam na escola pública.
pro-dia8
Filmando a escola
Talvez não se possa culpabilizar o diretor por tais lacunas, mas quem vê o filme não pode esquecer as grandes ausências. Aliás, são tais ausências que dão um sentido fatalista para o mesmo. Além de não retratar as boas escolas públicas, tanto de sistemas estaduais quanto do sistema federal, nada se fala/mostra de iniciativas gloriosas da chamada sociedade civil. Existem bons trabalhos não citados de ONGs, movimentos e cursinhos populares, que é o campo onde se afirmam mais acentuadamente alternativas ao quadro majoritário. A rede de cursinhos populares que se disseminou no país desde os anos 1990, focados em iniciativa do estudante, eliminação de burocracias, otimismo, preocupação com a condição do aluno, cidadania ativa e trabalho voluntário ou semi-voluntário, merecia por si só um documentário. Se se podem usar antigas palavras para novas realidades, os cursinhos populares que foram pipocando pelas periferias brasileiras constituem o que há de mais próximo na atualidade de uma educação popular e/ou libertária. Eis que quem olhar de fora somente o objetivo final de aprovação no vestibular e congêneres pouco terá noção do que realmente se passa no seio de tais empreitadas.
pro-dia2
Alunas em Pernambuco
O caso das ONGs é emblemático. O Brasil vive um momento paradoxal em que cada vez mais se fala em educação, ao passo que tradicionais setores se encontram absolutamente perdidos no assunto. É um quadro em que o empresariado está fortemente ativo quanto ao tema, fundando movimentos como o Todos Pela Educação, ao lado do silêncio criminoso das universidades e derrota retumbante dos sindicatos e professores que, presos no debate salarial, não se prepararam para o novo campo de batalhas inaugurado, que foca no currículo, avaliação e projeto pedagógico. Isso para não citar a ausência de pais e alunos quanto ao tema. Nesse quadro, é por iniciativa de algumas poucas ONGs que, bem ou mal, se tem dado uma resposta aos projetos empresariais e tecnocráticos das secretarias. No geral, está-se tentando criar um consenso de que quem entende de educação é o empresariado e seus tecnocratas auxiliares, e são algumas ONGs que têm sido mais eficazes em combater tal linha.
Para não estender o texto, o filme tem enorme valor mas adquire maior potencialidade se for visto não como um discurso pronto e acabado, mas como um alicerce para outras indagações, novas buscas, saber mais. Ao mostrar um quadro discrepante entre a escola de elite e as escolas públicas, talvez, a partir dele, podemos pensar que a educação é uma coisa que só funciona se for oportunidade para sonhos ou confirmação de superioridade social. A escola de elite funciona melhor porque é um ponto de uma rede de proteção que funciona bem e garante ao aluno um futuro promissor. A escola pública só vai bem se permitir sonhar. Enquanto sinônimo de condenação social, os alunos, perspicazes, não se interessam por ela.
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06/03/2012 - SINOPSE (EXEMPLO):

Sinopse do filme "Nunca te vi, sempre te amei" (84 Charing Cross Road) 

Durante vinte anos Helene Hanff (Anne Bancroft), uma escritora americana, se corresponde com Frank Doel (Anthony Hopkins), o gerente de uma livraria especializada em edições raras e esgotadas. Tudo começou pelo fato de Helene adorar livros raros, que não se encontram em Nova York. Só que ela não poderia imaginar que uma carta para uma pequena livraria em Londres, que negocia livros de segunda mão, a levaria a iniciar um correspondência afetuosa com Frank. Neste período uma amizade muito especial surge entre os dois.
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05/02/2012 - COMEÇANDO BEM O ANO: COM MUITA POESIA...

Seguem abaixo, dois poemas do aluno ALEFF TIAGO, do 3º ano E.M. da EE Maurício Montecchi:

MEUS POEMAS DE AMOR

Já afoguei muitas mágoas
Não mágoas, saudades
Pois procurei o amor perfeito
Em poucas cidades
Já tentei ganhá-la uma vez
Mas pouco de mim ela fez
Meu coração dói.

Eu pedindo piedade
À menina que me afogou
No rio da saudade
Meus poemas na verdade
Expressam sentimentos
Porque neles posso dizer
O que sinto por dentro.
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AMOR DE AMIGA

Noites de alegria,
Noites de tristeza,
Noites de risos,
Noites de choro,
Noites que penso em você,
Noites que me fazem lembrar
Do erro que cometi, 
Um erro que me culpo até hoje, 
O erro de não ter te amado.
Quando você me amava, 
As minhas noites me fazem lembrar
Dos momentos que você me fazia rir, 
Da sua alegria que me cativava,
Do seu jeito, brincalhona,
Do seu jeito de me ouvir
E de me entender.
Lembro-me do seu jeito meigo de falar,
Do seu jeito doce de ser,
Lembro-me do seu jeito mulher,
Do seu jeito amiga,
Lembro-me dos teus abraços de amizade,
Lembro-me das palavras que você me dizia,
Lembro-me de você...
Minhas noites têm sido muito difíceis,
Pois há noites que estou alegre,
Estou dando risadas,
Pensando nos momentos lindos 
Que passamos juntos como amigos,
Mas há noites que estou triste,
Que estou chorando,
Que estou sofrendo,
Pois estou arrependido
De não ter te amado
Na hora certa,
Choro porque não te amei
Quando você me amou,
Hoje estou aqui me lamentando
Do meu erro,
Pois perdi você para sempre,
Não há nada que eu possa fazer
Para mudar o rumo de nossas vidas,
Para mudar o nosso amor.
O destino quis nos separar,
Quis que cada um de nós
Seguisse a sua própria vida, 
Mas você levou parte de mim,
Você levou meu coração, 
Quando você partiu para nunca mais voltar.
Quero que você saiba
Que mesmo que o mundo inteiro
Seja contra o nosso amor
Eu nunca deixarei de te amar
Minha doce amiga, Carolina!
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12/08/2011 - PLANO DE AULA - ENEM:

EE MAURÍCIO MONTECCHI
PLANO DE AULA – PROJETO ENEM
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
(De acordo com a Matriz de Referência)
Profa. Silvana M. Moreli
Língua Portuguesa / Literatura
Data: 12/08/2011


COMPETÊNCIA:
7 – Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.

HABILIDADES: 
23 – Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público-alvo, pela análise dos procedimentos  argumentativos utilizados.
24 – Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais com a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.

OBJETOS DO CONHECIMENTO:
O texto argumentativo, seus gêneros e recursos linguísticos.

OBJETO ESPECÍFICO:
Uso dos recursos lingüísticos, em processo de coesão textual: elementos de articulação das sequências dos textos ou da construção da microestrutura do texto.

ESTRUTURA DO TEXTO ARGUMENTATIVO

Todos os textos escritos possuem características formais que permitem a sua identificação. Reconhecemos com certa facilidade um poema, por exemplo, peã disposição gráfica; uma carta, por meio de indicadores como remetente e destinatário. Poema, carta, conto, romance, ensaio, artigo de jornal são gêneros textuais.

Veja o texto abaixo:

Direito humano à alimentação

Nossa história nos mostra que têm sido raras as situações em que sociedades humanas conseguiram garantir uma alimentação de qualidade para todos os seus membros. Nenhum dos paradigmas de desenvolvimento adotados nos últimos séculos possibilitou a superação da fome, da desnutrição e de outras doenças carenciais relacionadas à alimentação, de forma sustentável. Cerca de um quinto da humanidade ainda padece destes flagelos. Esta situação reflete a exploração, a negação do direito à partilha da riqueza produzida e mesmo à exclusão social e econômica de parcelas significativas da humanidade.
Adicionalmente, as novas práticas agropecuárias, baseadas em forte utilização de insumos químicos, associadas à mudança de hábitos alimentares urbanos, têm produzido agravos à saúde  humana, consubstanciados no aumento da incidência de doenças crônico-degenerativas (obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, câncer, entre outras) associadas a uma alimentação inadequada, que se transformaram na década de 1990 nas principais causas de mortalidade.
O distanciamento, a falta de informação e a perda de controle dos seres humanos sobre o processo de produção, seleção, preparo e consumo dos alimentos é parte central deste processo.
A sociedade brasileira convive atualmente com a existência das doenças associadas à pobreza e à exclusão, tais como a fome e a desnutrição, e aquelas associadas a hábitos alimentares  inadequados que afetam mais gravemente as populações pobres, mas que também atingem duramente todas as outras parcelas da sociedade.

VALENTE, Flávio L. S. Direito à alimentação:
Desafios e conquistas. São Paulo: Cortez, 2002.

Importante: Os processos  de composição de um texto podem ser agrupados em três modalidades: narração, descrição e dissertação.

MODALIDADE
VOZ DO TEXTO
OBJETIVOS
COMPONENTES
Narração
Narrador
Contar;
Relatar.
Fatos;
Acontecimentos;
Ações.
Descrição
Observador
Detalhar;
Identificar.
Seres;
Objetos;
Ambientes.
Dissertação
Argumentador
Discutir;
Expor.
Ideias;
Opiniões;
Argumentos.

         O objetivo de um texto é transmitir  uma mensagem. Portanto, o modo como ele é organizado é determinado pela intenção e pelo objetivo de quem o produz. Quem escreve precisa selecionar a forma mais adequada para apresentar suas ideias, organizando-as de modo a facilitar a compreensão de seu público-alvo.
         O texto lido anteriormente é dissertativo, relembrando que uma das características de um texto escrito em prosa é a organização linear e sua divisão em parágrafos – enunciados compostos de frases, orações e períodos.

         Qual é a ideia-núcleo do primeiro parágrafo do texto – o tópico frasal?

Nossa história nos mostra que têm sido raras as situações em que sociedades humanas conseguiram garantir uma alimentação de qualidade para todos os seus membros.

O tópico frasal  é seguido de outro período que demonstra ou explica a validade da afirmação inicial:

Nenhum dos paradigmas de desenvolvimento adotados nos últimos séculos possibilitou a superação da fome, da desnutrição e de outras doenças carenciais relacionadas à alimentação, de forma sustentável. Cerca de um quinto da humanidade ainda padece destes flagelos.

O tópico frasal é de extrema importância, pois ele não só introduz o assunto como orienta a construção dos períodos subsequentes e ajuda a formar um raciocínio completo.

(Alunos): Indiquem o número de parágrafos do texto e delimitem suas partes: introdução (1º parágrafo), desenvolvimento (2º parágrafo) e conclusão (3º parágrafo).
Obs.: Todo parágrafo apresenta em seu conteúdo períodos que introduzem, desenvolvem e concluem o raciocínio (1º; 2º e 3º; e 4º períodos), respectivamente.

Estrutura-padrão de um texto dissertativo:

ð      Introdução: Parágrafo de abertura do texto dissertativo. Apresenta a ideia principal e sugere os aspectos a ser desenvolvidos.
ð      Desenvolvimento: Parágrafo (s) em que o autor revela sua capacidade de influenciar, persuadir ou convencer o leitor. Traz argumentos, provas e raciocínios utilizados para fundamentar e sustentar a ideia exposta na introdução.
ð      Conclusão: Parágrafo final do texto dissertativo. Retoma, de modo sucinto, as ideias anteriormente desenvolvidas ou apresenta nova ideia para o problema proposto, como forma de instigar o leitor.

Discutindo:
* Quais procedimentos argumentativos foram adotados no desenvolvimento do texto em análise? O argumentador, por exemplo, fundamenta as ideias apresentadas na introdução?
* (Alunos): Relacionem a conclusão (“apesar dos modelos econômicos adotados nos últimos tempos, as sociedades humanas não têm conseguido resolver o problema da desnutrição”) com a introdução.
* A linguagem empregada: formal e com recursos lingüísticos da norma culta.

“A PRODUÇÃO DE TEXTO DISSERTATIVO REQUER O USO DA NORMA CULTA DA LÍNGUA PORTUGUESA”.

Dissertação argumentativa:
         O texto apresentado não faz apenas uma exposição de ideias. Ele deixa evidente a intenção do autor de convencer o leitor. Trata-se de uma dissertação argumentativa, pois, por meio de exposição, interpretação e discussão de ideias objetivas, o leitor é levado a compartilhar o ponto de vista do argumentador.
         A objetividade é característica do texto dissertativo argumentativo.

         “O TEXTO DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO DEVE SER, DE PREFERÊNCIA, REDIGIDO EM 3ª PESSOA DO SINGULAR OU EM 1ª PESSOA DO PLURAL, MESMO QUANDO SE TRATA DE EXPOR A PRÓPRIA OPINIÃO”.

Dissertação subjetiva:

         A dissertação subjetiva é aquela em que predominam as impressões pessoais a respeito de determinado fato. Não há compromisso em formar a opinião do leitor, mas sim partilhar inquietações e descobertas de ordem subjetiva.  Por exemplo:


 "Cedo me dei conta desse estranho mimetismo: os homens se assemelhando em tudo aos caranguejos. Arrastando-se, acachapando-se como os caranguejos para poderem sobreviver. Parados como os caranguejos na beira da água ou caminhando para trás como caminham os caranguejos. É por isso que os habitantes dos mangues, depois de terem um dia saltando dentro da vida, nessa lama pegajosa dos mangues, dificilmente conseguiam sair do ciclo do caranguejo, a não ser saltando para a morte e, assim, afundando-se para sempre dentro da lama.”
CASTRO, Josué de. Fome: um tema proibido.
Recife: Companhia Editora de Pernambuco, 1997.
ESTRUTURA

Parágrafo de abertura:
É importante ressaltar a estrutura do parágrafo de introdução, que determina os procedimentos argumentativos a ser utilizados no decorrer do texto.
Apresentando parágrafos de abertura sobre o mesmo tema ara que seja possível reconhecer diferentes recursos utilizados para a elaboração da introdução.

Exemplo de tema: “os pichadores”

  • Traçar um paralelo entre o passado e o presente:
“Os candidatos a poeta e os militantes que agiam nas décadas passadas tinham algo a dizer para a cidade, pretendiam comunicar-se, falar com ela – seja com uma ideia, uma piada, uma ironia. Os garotos de hoje são habitantes de uma cidade que mudou, onde o espaço público ficou menor a comunicação se degradou – a tal ponto que eles saem de casa para escrever em muros sobre si mesmos, e pouco lhes importa saber que a maioria das pessoas não faz ideia do que estão falando.”

  • Iniciar uma citação:
““Os pichadores fazem parte de uma fração da juventude que quer, sim, participar dos códigos comunicativos das metrópoles a que pertencem”, explica o professor José Carlos Sebe Meihy, titular do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Entretanto, eles cultivam um sistema próprio, fechado, chamado de “letrismo””.

  • Lançar uma ou mais interrogações:
Os bandos de adolescentes que se dedicam a enfear o patrimônio alheio podem ser combatidos?
  
  • Progredir do geral para o particular:
Pelas múltiplas – e sempre deploráveis – formas que assume, a delinquência que se espraia cada vez mais pela sociedade brasileira não cessa de chocar. No último domingo, foi a vez de a pichação do Palácio do Governo causar profundo espanto e indignação.

Parágrafo argumentativo
         Na dissertação, pode-se expor ou explicar uma ideia sem necessariamente tentar influenciar ou formar a opinião do leitor. Porém, se a intenção é convencer sobre determinado ponto de vista, deve-se produzir uma dissertação argumentativa.
         A argumentação não pode ser vista apenas como parte do texto dissertativo, mas como sua forma de composição.
    O texto argumentativo deve apresentar, além de sólidos argumentos, consistência de raciocínio e comprovações, como dados estatísticos e testemunhos, enumeração de fatos e outros elementos de credibilidade.
    Retomando o 2º parágrafo do texto “Direito humano à alimentação”, exemplificam-se os procedimentos argumentativos utilizados: apontamento de causas e consequências, associação de ideias e enumeração de elementos que comprovam que o problema da desnutrição ainda não foi superado.
         Vale lembrar que um texto apresenta coesão quando há conexão e harmonia entre as partes que o compõem. Constituem elementos de coesão as expressões que estabelecem a transição de ideias entre frases e parágrafos, como pronomes, advérbios e conjunções.
Obs.: (Alunos): Identifiquem esses elementos no texto).

Exemplos de elementos de coesão:

CAUSA / CONSEQUÊNCIA
como resultado, em virtude de, de fato, assim, portanto, por causa de
COMPARAÇÃO / SEMELHANÇA
igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, de maneira idêntica, do mesmo ponto de vista.
ACRÉSCIMO / CONTINUAÇÃO / ENUMERAÇÃO
além disso, outrossim, ainda mais, por outro lado, não só... mas também.
CONTRASTE / RESTRIÇÃO / RESSALVA
ao contrário, em contraste com, ainda que, embora, no entanto, apesar de.

Parágrafo de conclusão:
         O parágrafo de conclusão é uma espécie de síntese, já que retoma o objetivo proposto na introdução e as informações analisadas no desenvolvimento. Ele deve “amarrar” as ideias e fechar o texto de forma a reforçar o enfoque adotado.
Releia o 3º parágrafo do texto “Direito humano à alimentação” e demonstre como o argumentador sintetizou suas ideias.
  
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Fonte: “Explicando o Enem” – Editora Ática  e Editora Scipione – Março/2011.

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11/08/2011 - PLANO DE AULA  - ENEM:

EE MAURÍCIO MONTECCHI
PLANO DE AULA – PROJETO ENEM
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
(De acordo com a Matriz de Referência)
Profa. Silvana M. Moreli
Língua Portuguesa / Literatura
Data: 11/08/2011


COMPETÊNCIA:
8 - Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade.

HABILIDADES: 
25 - Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
26 - Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
27 - Reconhecer os usos da norma-padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.

OBJETOS DO CONHECIMENTO:
Usos da língua: norma culta e variação linguística.

OBJETO ESPECÍFICO:
Registro linguístico, grau de formalidade e seleção lexical.

VARIEDADES LINGUÍSTICAS:

Diariamente temos contato com textos de diferentes gêneros: letras de música, cartazes, outdoors, convites, e-mails, anúncios publicitários, histórias em quadrinhos, contos, crônicas, embalagens, notícias de jornal e revistas, receitas culinárias e até bulas de remédio.
Obs.: Selecione exemplos para demonstrar registros de linguagem e sua importância na produção de mensagens.

A capacidade humana de se manifestar ou de manifestar algo a outros é realizada pela linguagem, um complexo conjunto de sinais que não só permite a comunicação entre os indivíduos, mas também expressa toda a cultura de um povo.






A linguagem verbal está ligada ao uso da palavra, seja ela escrita ou falada;

A linguagem não-verbal está ligada ao uso de imagens, símbolos etc.

Importante ressaltar que a linguagem verbal está relacionada à identidade do falante e à circunstância em que ocorre o ato da fala, portanto, varia segundo idade, grau de instrução, profissão e situação. Essas modalidades são chamadas variantes linguísticas.







VARIANTES LINGUÍSTICAS

- Gíria: são palavras ou expressões criadas por determinado grupo social ou geração para marcar uma identidade. Por exemplo:
=> Gírias que marcaram:
1) Os anos 1960:
- Dar tábua  = recusar-se a dançar;
- Fossa = depressão, crise existencial;
- Pão = homem bonito
- Pra frente = moderno

2) Os anos 1970:
- Barra = Situação difícil;
- Bicho = amigo;
- Bicho-grilo = hippie, pessoa mal-vestida;
- Joia = tudo bem. 

3) Os anos 1980:
- Bode = mau humor;
- Deprê = depressão;
- Masô = masoquista;
- Massa = bom, ótimo, legal.

4) Os anos 1990:
- Animal = pessoa de expressão;
- Azaração = namoro, flerte, paquera;
- É o bicho = coisa que esteja acontecendo;
- Sarado = saudável.

Obs.: (Peça para os alunos): Acrescentem as gírias que fazem parte do seu grupo social (entre seus amigos/pares). Vale ressaltar que o convívio social permite descontração e informalidade ao falar e escrever. 

- Jargão:  Médicos, advogados, economistas e professores, por exemplo, utilizam termos  e construções linguísticas específicos de suas atividades, mas dificilmente usam esse mesmo vocabulário com seus familiares e amigos. Por exemplo: "piolho", para os jornalistas, é um erro que escapou da revisão; "boneco", para os publicitários, é a apresentação de um projeto gráfico. 

- Regionalismo: São termos ou expressões típicos de determinadas regiões. As variantes regionais brasileiras se diferenciam, principalmente pela pronúncia dos fonemas, pela entonação das frases e pelo vocabulário. Em Porto Alegre, por exemplo, o motorista para no "sinaleiro". Já em São Paulo, no "farol". No Norte e Nordeste, come-se "macaxeira", enquanto no Rio de Janeiro "aipim", e em São Paulo "mandioca".

- Neologismo: A língua é dinâmica e está em constante transformação. Determinadas palavras caem em desuso; outras são "criadas" (inventadas) para suprir necessidades do falante. Em informática existem várias ocorrências: deletar (apagar), printar (imprimir), escanear (copiar) etc.

- Estrangeirismo: Muitas palavras tomadas  emprestadas de outras línguas já foram aportuguesadas, como por exemplo: 
* bife (beef),
* xampu (shampoo)
* abajur (abat-jour). 
E outras como shopping, outdoor e office boy, mantém a grafia original.

As VARIANTES LINGUÍSTICAS  são legítimas, desde que cumpram com sua finalidade: a comunicação e/ou interação entre as pessoas.

O convívio social permite descontração e informalidade ao falar e escrever. 
Exemplo de Linguagem Coloquial:

" __ Vocês vão ao cinema?
__ Ela não lhe disse? Nós vamos acampar.
__ Acampar? Só vocês dois?
__ É. Qual é o galho?
__ Não. É que... Sei lá.
__ Já se o que você tá pensando, cara. Saquei.
__ É! Você sabe como é...
__ Saquei! Você está pensando que só nos dois, no meio do mato, pode pintar um lance.
__ No mínimo isso. Um lance, até dois."
(VERÍSSIMO, Luís Fernando. O Analista de Bagé. Porto Alegre, L&PM, 1981).

Foram utilizadas expressões e construções linguísticas coloquiais em que em nada comprometem a comunicação. 
Obs.: Peça aos alunos para que localizem essas expressões no texto, sublinhando-as.

Entretanto, na apresentação de um relatório, por exemplo, elas não seriam adequadas. Em determinadas circunstâncias, é preciso atentar e obedecer às regras gramaticais e usar uma linguagem mais formal, a linguagem culta ou a  norma-padrão. É preciso adequar o nível de linguagem à situação, ao contexto, ao interlocutor e à intenção.

A LINGUAGEM CULTA é a variante linguística que se caracteriza pelo emprego da linguagem referenciada em um conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa. 
Entre as características distintivas mais frequentemente apontadas entre as modalidades falada e escrita, estão as seguintes:

FALA

ESCRITA

- Não planejada;
- Fragmentada;
- Incompleta;
- Pouco elaborada;
- Predominância de frases curtas, simples ou coordenadas;
- Pouco uso de passivas.

- Planejada;
- Não fragmentada;
- Completa;
- Elaborada;
- Predominância de frases complexas, com subordinação abundante;
- Emprego frequente de passivas etc.

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Fonte: “Explicando o Enem” – Editora Ática  e Editora Scipione – Março/2011.



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09/08/2011 - 10 PASSOS DA REDAÇÃO NOTA 10


10 PASSOS DA REDAÇÃO NOTA 10

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Fonte: http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=12359
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09/08/2011 - Enem: Atenção às atualidades ajuda a desenvolver competências

Professores indicam que acompanhar as notícias auxilia a fazer uma boa prova. Exame utiliza textos e referências recentes






Marina Morena Costa, iG São Paulo 06/08/2011 06:00


Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) cobra que o candidato analise criticamente temas como sustentabilidade, meio ambiente, fontes de energia, utilização dos recursos naturais e os impactos ambientais, sociais e econômicos da ação do homem. Essas são as chamadas “atualidades” que a caem na prova e um dos fatores que diferencia o Enem de outros vestibulares. O exame, no entanto, não exige um acompanhamento “bitolado” dos últimos acontecimentos.

Na última edição, embora vários temas atuais tenham aparecido na prova, apenas uma questão, sobre os interesses envolvidos na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, exigia estritamente o acompanhamento do noticiário – um assunto que provavelmente não foi discutido em todas as escolas do País. Professores afirmam que estar atento às notícias desenvolve a capacidade crítica dos estudantes e a habilidade de analisar, relacionar, comparar e compreender fatos históricos, mas muitas questões abordam as atualidades apenas como ponto de partida para cobrar outros conhecimentos.
Trinta e nove das 180 questões do último Enem trouxeram notícias, gráficos e imagens publicados ou acessados em sites da internet nos meses que antecederam ao exame. No entanto, serviam apenas como base para as perguntas, não exigiam que o candidato dominasse o assunto para encontrar a alternativa correta. Em uma delas, por exemplo, havia uma notícia sobre a morte de animais no zoológico de São Paulo, envenenados por monofluoracetato de sódio. A questão perguntava por meio de qual processo químico a substância poderia ser obtida.
Outra questão mostrava um infográfico, publicado em 2010 em uma revista, que representava os processos de captação da forma mais limpa de energia (gerada a partir do calor do magma). “Parte das competências cobradas estão relacionadas ao momento em que vivemos. Mas ler atualidades não garante que você irá conseguir resolvê-las”, destaca Mateus Prado, colunista do iG e presidente do Instituto Henfil. Porém, quem lê notícias tem mais capacidade de relacionar fatos e interpretar textos e gráficos, habilidades cobradas em todas as provas.
Fernando Rodrigues, professor de história e geo-política do Cursinho da Poli, avalia que mesmo sendo possível resolver as questões atuais com interpretação, vale a pena dominar os principais assuntos do noticiário. “O estudante irá se sentir mais confortável para resolver a questão”, diz.
Possíveis temas
Assuntos que permitem diversas formas de abordagem são fortes candidatos a cair no Enem e devem ser priorizados pelos estudantes. A morte de Osama bin Laden, por exemplo, está relacionada com os atentados de 11 de setembro, com as intervenções dos EUA em países islâmicos e com a conjuntura do Oriente Médio. “É um assunto que pode aparecer tanto na parte mais ligada à Geografia ou a História”, aposta Rodrigues.
crise econômica dos Estados Unidos, iniciada em 2008 e com reflexos na economia do mundo inteiro, também é um assunto com “cara de Enem”, avalia o professor do Cursinho da Poli. O terremoto seguido de tsunami no Japão pode aparecer em uma questão de Matemática que exija o conhecimento de escalas, lembra Prado.
A implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas favelas do Rio de Janeiro também é um tema quente que pode vir no próximo exame, já que entre as competências e habilidades estão vida urbana, redes e hierarquia nas cidades, pobreza e segregação espacial.
Também são apostas a posse da presidenta Dilma Rousseff e o papel da mulher da sociedade contemporânea, os conflitos no Oriente Médio e a luta pela democracia e pelos direitos humanos no mundo árabe.
“Assuntos de cunho social e atuais costumam ser tema da redação do Enem”, lembra o coordenador de vestibular do cursinho Anglo, Alberto Francisco do Nascimento. Na última prova, os estudantes tiveram que escrever uma dissertação sobre trabalho escravo. Os textos de apoio eram trechos de reportagens acessadas em setembro de 2010.


Atualidades e TRI

Em 2009, o Enem começou a usar a Teoria da Resposta ao Item (TRI), metodologia que permite aplicação de provas individualizadas e precisas, com mesmo nível de dificuldade. Para ser aplicada, a TRI exige um banco de dados com questões fáceis, medianas e difíceis.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, trabalha na ampliação deste banco de itens para que ele tenha milhares de questões. Assim o Enem poderá ser aplicado mais vezes ao ano.
Mateus Prado, especialista em Enem, avalia que as questões produzidas no ano de aplicação da prova invalidam a TRI, pois não foram testadas em exames anteriores. “Ao prometer um banco de dados, para que as questões tenham o mesmo nível de dificuldade de um ano para o outro, o Inep estaria anulando qualquer atualidade no Enem. Mas isso ainda não se tornou realidade”, diz.
Para Fernando Rodrigues, as atualidades são o grande diferencial do exame e devem continuar nos próximos anos, pois o banco de dados deve se atualizar. “O Enem sempre foi uma vanguarda, uma prova com questões bem elaboradas, que privilegiam o raciocínio, dão situações problemas. Houve uma piora na qualidade, mas estou apostando em uma prova de boa qualidade neste ano.”
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07/06/2011 - O QUE É LITERATURA? 



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04/06/2011 - EE MAURÍCIO MONTECCHI - INÍCIO DAS APRESENTAÇÕES DOS SEMINÁRIOS - LITERATURA


* TROVADORISMO: 

* HUMANISMO:

* RENASCIMENTO OU RENASCENÇA:


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23/05/2011 - SEMINÁRIO: ROTEIRO

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09/05/2011 - O QUE É LITERATURA? 



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20/03/2011 - LISTA DE LIVROS (LEITURA OBRIGATÓRIA) PARA O VESTIBULAR


» FUVEST / UNICAMP (2011 - 2012)
- Auto da barca do inferno - Gil Vicente;
DOWNLOAD - AUTO DA BARCA DO INFERNO, DE GIL VICENTE 
- Memórias de um sargento de Milícias - Manuel Antonio de Almeida
DOWNLOAD - MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS, DE MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA
Iracema - José de Alencar; 

DOWNLOAD - IRACEMA, DE JOSÉ DE ALENCAR
Dom Casmurro - Machado de Assis;

DOWNLOAD - DOM CASMURRO, DE MACHADO DE ASSIS 
O Cortiço - Aluísio Azevedo; 

DOWNLOAD - O CORTIÇO, DE ALUÍSIO AZEVEDO
- A cidade e as serras - Eça de Queirós; 

DOWNLOAD - A CIDADE E AS SERRAS, DE EÇA DE QUEIRÓS
Vidas secas - Graciliano Ramos; 

DOWNLOAD - VIDAS SECAS, DE GRACILIANO RAMOS
- Capitães da areia - Jorge Amado; 

DOWNLOAD - CAPITÃES DA AREIA, DE JORGE AMADO
- Antologia poética (com base na 2ª ed. aumentada) - Vinícius de Moraes.

DOWNLOAD - ANTOLOGIA POÉTICA, DE VINÍCIUS DE MORAES

» PUC-SP
- Antologia poética - Vinicius de Moraes
- Capitães de Areia - Jorge Amado
Dom Casmurro - Machado de Assis
O cortiço - Aluísio de Azevedo
Vidas secas - Graciliano Ramos

DICAS PARA ENCARAR AS LEITURAS OBRIGATÓRIAS
Dicas para encarar as leituras obrigatórias do vestibular
As leituras obrigatórias são importantíssimas e não podem ser deixadas de lado. O grande problema é que muitas vezes o estudante não consegue se programar para realizar essas leituras, então aí vai algumas dicas que talvez possam facilitar os seus estudos. Pense muito bem em quais vestibulares você realmente quer prestar, pois optar por muitos deles vai causar um acúmulo de leituras, e você pode acabar não dando conta de todos os livros.
  Para criar o hábito de ler, comece da maneira mais fácil, separe os livros que você já conhece ou já leu e os livros de poemas, que podem ser lidos sempre no fim do dia ou a qualquer hora, já que é uma leitura curta. Os livros de peças de teatro como “O auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente, podem ser lidos em uma tarde apenas, então é indicado que esse seja uma das primeiras leituras, já que o fato de terminá-lo rapidamente pode servir como um incentivo ao estudante.
  Outra tática é fazer a leitura de acordo com o tema estudado na aula de literatura, assim fica mais fácil compreender as características do livro e da escola literária em estudo. Se não deu tempo de ler toda a lista exigida, leia pelo menos os resumos, assim você fica interado e pode contornar uma questão em que o tema do livro seja exigido.
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Fonte: 
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12/03/2011 - LINGUAGEM ORAL/LINGUAGEM ESCRITA // LINGUAGEM FORMAL/LINGUAGEM INFORMAL - ORALIDADE X NORMA CULTA - A LINGUAGEM UTILIZADA DE ACORDO COM A SITUAÇÃO COMUNICACIONAL.


FAX DO NIRSO

(TEXTO-BASE PARA TRABALHO EM SALA DE AULA)
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17/02/2011 - TEXTO DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO - 
COMO FAZER UMA BOA REDAÇÃO NO NOVO ENEM: DICAS
Francisco Platão Savioli


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Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=KAFMZHcqYEo&feature=player_embedded