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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

"CLÁSSICOS DE HARVARD" DISPONÍVEIS PARA DOWNLOAD


Obras que compõem 'Clássicos de Harvard' estão disponíveis para download em portal

Entre os títulos selecionados, estão Don Quixote, Utopia e Crime e Castigo - todos em inglês

30 de agosto de 2012 | 18h 53
Estadão.edu
O portal Universia Brasil lançou nesta semana uma compilação digitalizada de 96 títulos que compõem os "Clássicos de Harvard". A coletânea, originalmente conhecida como "Dr. Eliot’s Five Foot Shelf", faz parte de uma antologia de 51 volumes de obras clássicas da literatura mundial editadas, em 1909, por Charles W. Eliot, então reitor da Universidade de Harvard.

Em discursos, Eliot afirmou diversas vezes que os principais elementos de uma educação liberal podiam ser alcançados gastando 15 minutos diários de leitura em uma coleção de livros que poderia caber em uma prateleira de pouco mais de um metro. Diante dessa afirmativa, a editora P. F. Collier and Son desafiou o reitor a realizar o que propunha, selecionando uma coletânea de obras. Desse desafio nasceu a coleção "Clássicos de Harvard".
 
Entre as obras selecionadas estão Don Quixote, de Miguel de Cervantes, Crime and Punishment, de Fyodor Dostoyevsky, Utopia, de Thomas More, Pride and Prejudice, de Jane Austen e dezenas de outros livros.

A compilação dos clássicos da literatura mundial integra a biblioteca que o Universia vem montando desde 2011. Atualmente, o portal reúne cerca de 700 obras digitalizadas, todas disponíveis para download gratuito. Segundo Alexsandra Bentemüller, gerente de conteúdo do site, o Universia espera ultrapassar a marca de 1 mil títulos até o fim de 2012. "É importante ler sempre e é importante ler bem", diz ela, lembrando que a escolha de obras visa atender aos mais variados estilos. 

Alexsandra ressalta também que, neste caso específicos, as leituras podem ajudar bastante àqueles que querem ou precisam treinar o inglês, uma vez que as obras estão escritas no idioma.
A lista com os 96 títulos disponíveis em versão PDF está disponível no portal Universia Brasil.
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terça-feira, 28 de agosto de 2012

NO FACEBOOK, ESTUDANTE DE 13 ANOS NARRA ROTINA DE PROBLEMAS DE ESCOLA PÚBLICA

Internet

Isadora Faber reúne quase 10.000 fãs na página 'Diário de Classe'. Segundo ela, posts 'incomodam' docentes e colegas

Nathalia Goulart

'Diário de Classe': reclamações têm incomodado os professores da Escola Municipal Maria Tomázia Coelho (SC)(Reprodução/Facebook)

Poucas pessoas já tinham ouvido falar da Escola Municipal Maria Tomázia Coelho, localizada na Praia do Santinho, em Florianópolis, Santa Catarina. Hoje, quase 10.000 pessoas acompanham de perto a rotina da escola, graças a uma página no Facebook chamada Diário de Classe, mantida por uma estudante do sétimo ano que publica na rede social fotos, vídeos e comentários sobre a rotina e os problemas da instituição.
Isadora Faber, de 13 anos, criou o Diário em julho e até o começo de agosto tinha pouco mais de 400 fãs. Nas últimas semanas, os conteúdos da página correram pela rede como um viral: somente nesta segunda-feira, a página foi "curtida" mais de 4.000 vezes. "Não esperava que a página fizesse esse sucesso todo. Acho que as pessoas querem realmente saber como as escolas públicas funcionam e elas têm achado interessante o que eu mostro", diz a estudante em entrevista a VEJA.com.
Na página, Isadora registra todo tipo de reclamação. "Olha, temos um orelhão na escola, mas quem disse que funciona??", indaga ela em um dos posts. "Esses fios pra fora será que não é perigoso??" (sic), questiona em outro, acompanhado pela fotos de fios desemcapados que, segundo a autora, estariam provocando choque nos colegas de escola. "De 5 aulas de hoje, só tivemos 2 com os professores titulares, as outras 3 foram com professoras substitutas. Quando temos aulas com auxiliares elas dão um texto e uma pergunta e é sempre isso, acho que o tempo poderia ser melhor aproveitado", conclui.
Segundo ela, as reclamações virtuais têm incomodado os docentes. "Eles me pedem sempre para eu tirar a página do ar, mas não vou tirar. Acho que não estou incomodando ninguém. Só quero ter uma educação de qualidade. É isso que me motiva a fazer esse diário", conta. A reportagem tentou contato com a direção da Escola Municipal Maria Tomázia Coelho, mas a diretora não foi encontrada para comentar o assunto.
Alguma reclamações já teriam surtido efeito. Ventiladores quebrados teriam sido substituídos depois que Isadora postou fotos dos aparelhos estragados no Facebook. As maçanetas dos banheiros também teriam sido reparadas e os fios, trocados para evitar acidentes.
Também não tem sido fácil convencer os amigos, segundo Isadora. "Eles acham que eu estou publicando essas coisas para prejudicar a escola. Fora da escola, eles até me apoiam. Lá, porém, dizem que são contra." Isadora diz que mantém a página sozinha: todos os textos e fotos são postados por ela mesma. Uma irmã ajuda na gravação dos vídeos.
A mãe de Isadora, Mel Faber, tem conhecimento da iniciativa da filha e se diz feliz pela repercussão que a página vem ganhando. "Quando ela me disse que queria colocar tudo isso na internet, eu a alertei: disse que ela poderia receber represálias na escola e que deveria estar pronta para encarar críticas de frente", conta Mel. "Mas ela disse que estava ciente da sua responsabilidade."
Isadora diz que sua inspiração veio da Grã-Bretanha. Na Escócia, a pequena Martha Payne, de 9 anos, criou um blog para criticar a qualidade da merenda de sua escola. Todos os dias, ela fotografava a refeição e postava na página intitulada "Never Seconds". Depois de o blog receber mais de 1 milhão de acessos, a secretaria de educação da cidade de Argyll se pronunciou sobre a qualidade da merenda escolar e pressionou por mudanças. Até o famoso chef Jamie Oliver se manifestou nas redes sociais em apoio à estudante. "Vi que lá tinha dado certo. Pensei que aqui também poderia ter algum efeito", diz Isadora.
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domingo, 26 de agosto de 2012

AULA - NOVA ORTOGRAFIA


 

 

 

 

 

 

 

 

   

   

   

   

   

   

   

   

 

 


___________ Fonte: http://pt.calameo.com/read/001615112fca20f6823e7

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

DE ONDE MENOS SE ESPERA (II) - Sobre o gerúndio...


Sírio Possenti
De Campinas (SP)
Não vou repetir os argumentos e os dados de textos anteriores sobre o dito gerundismo. Só vou apresentar um pequeno sumário, para mostrar que a questão se resume a dois fatos, que, vistos de perto, na verdade, são um só:
Veja também:
» De onde menos se espera

a) Em todas as construções chamadas de gerundismo, o traço fundamental, ou seja, o principal fato lingüístico, é a presença do verbo estar depois de outro auxiliar. Ou seja, não é o gerúndio. Repeti até demais que todos os exemplos criticados, séria ou humoristicamente, são do tipo vamos estar providenciando /podemos estar entregando. Claro que há gerúndios, mas não são eles o "problema".
b) O segundo fato, que é apenas o outro lado da medalha (por isso disse acima que, a rigor, trata-se de um só), é que os críticos do gerundismo nunca tomaram como seu alvo construções como vou continuar estudando / vou ficar esperandovou permanecer dormindo, ou seja, casos em que o segundo verbo auxiliar não é estar. O que prova que a) é verdadeiro. Aqui também há gerúndios, mas ninguém qualifica essas construções de gerundismo.
Na verdade, há uma coisinha a mais, mas ela é muito besta para exigir muita atenção: muita gente ouviu dizer que o gerundismo é um erro de português (o que não é verdade), que é importado do inglês (o que é outra mentira) e decidiu que todos os gerúndios (!!) são erros de português e importados do inglês.
A reação mais estranha foi a de um leitor que ficou embasbacado ao dar-se conta de que Camões tinha escrito "cantando espalharei por toda a parte", porque achava sinceramente que gerúndio não é português (afinal, dizem isso todo dia na TV e nos jornais). Ou seja: o terceiro fato, ou o segundo, dependendo de como fazemos a contagem, é que a ignorância sobre o tema é espantosa!!!
Mas eu disse que não ia repetir os argumentos, e quero cumprir a promessa. E também preciso justificar o título da coluna. É que, embora eu já tenha escrito diversos textinhos sobre isso e reunido um bom conjunto de fatos, mais antigos e mais recentes, não esperava ver essa construção nos dois lugares que vou citar abaixo (dos quais fiquei sabendo por meu colega de departamento Juanito Avelar).
O leitor não suspeitaria jamais que a frase abaixo consta do texto que consagra a Nomenclatura Gramatical Brasileira (Portaria 36, de 28 de janeiro de 1959). 1959! Bem antes do telemarketing, portanto! Sublinho os três auxiliares, que resultam num típico caso do que os idiotas da objetividade (retifico: retiro a expressão "da objetividade") chamam de gerundismo:
"Podem alguns advérbios estar modificando toda a oração".
Se a oração fosse enunciada na "ordem direta", isto é, se o sujeito não fosse posposto ao primeiro auxiliar (Alguns verbos podem estar modificando), o tal do gerundismo seria ainda mais típico. Mas isso não muda o fato de que esse texto legal absolutamente padrão e redigido por gramáticos contém o que alguns consideram um vício horrível...
Mas veja o atilado leitor o dado seguinte, tão espantoso quanto o anterior:
"O complemento nominal pode estar integrando o sujeito, o predicativo, o objeto direto...".
Sabe onde se encontra essa afirmação?Na Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra. São dois gramáticos, e não dois jovens desleixados!!
Para quem gosta de argumentos de autoridade, estes dois são insuperáveis! Sim senhor! Às vezes, é de onde menos se espera que... como é mesmo o ditado original?
Sírio Possenti é professor associado do Departamento de Lingüística da Unicamp e autor de Por que (não) ensinar gramática na escola, Os humores da língua e de Os limites do discurso.
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Fonte: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3339983-EI8425,00-De+onde+menos+se+espera+II.html

Veja dois vídeos sobre o uso do Gerúndio:

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Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Bw8hzEbqqy8

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Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=0DTp0pnI4-I

VOU ESTAR DEFENDENDO O USO DO GERÚNDIO


por John Robert Schmitz*



"A gerência vai estar transferindo 3 mil reais de sua conta." Quem falar ou escrever uma frase assim atualmente corre o risco de ser ridicularizado. Culpa do gerúndio (e de sua junção com os verbos ir e estar), tachado de "assassino" do idioma por alguns gramáticos e formadores de opinião da mídia. Essegerúndio é vítima da irritação dos usuários com seus maiores divulgadores, os operadores de telemarketing, que nos obrigam a sofrer para ter acesso telefônico a serviços de empresas. Mas será que o equívoco nesse processo é justamente o uso do gerúndio? Seria o gerúndio um erro gramatical da mesma ordem de falhas como "eu dispor" em vez de "se eu dispuser" ou "interviu" em vez de "interveio". E afinal de contas, o que é que o gerúndio está "assassinando"?
Para desprestigiá-lo, um observador afirmou que o gerúndio é uma firula desnecessária, um drible a mais na comunicação. Dizem, por exemplo, que "estar cuidando" tem o mesmo sentido que "cuidar". Mas todos nós temos o direito de usar ou não usar certa palavra, expressão ou locução. Qualqueridioma serve às intenções comunicativas dos seus falantes. Um determinado usuário pode dizer "vamos estar cuidando do seu caso" quando tem interesse em expressar continuidade, cordialidade ou polidez ao passo que outro falante pode desejar ir direto ao ponto, recorrendo à forma simples: "Vamos cuidar do seu caso" - que caracteriza um tratamento mais descomprometido ou "seco".
Outros falantes alegam que "vai estar transferindo" significa que repetidas transferências de dinheiro serão feitas pela agência bancária. É uma interpretação pessoal, que nada tem a ver com as regras da gramática. Além disso, qualquer cliente sabe que os bancos cuidam bem de suas contas e nunca vão esbanjar dinheiro fazendo transferências à toa. Ainda mais levando-se em conta a voracidade da CPMF.
A campanha contra o gerúndio, creio, é fruto de preconceito lingüistico sem embasamento numa pesquisa de campo entre os diferentes tipos de usuários de português em diferentes contextos. Pergunto por que os desafetos do gerúndio condenam a frase "Ele vai estar chegando na parte da tarde" quando os mesmos aceitam tranqüilamente a presença dos verbos modais: "Ele pode estar chegando, ele deve estar chegando, ele tem de estar chegando na parte da tarde"?
Subjacente à polêmica em torno da campanha de "cassação" do gerúndio, existe uma vontade geral de colocar o idioma numa redoma e não reconhecer que ele muda ao longo do tempo. O português da época de José de Alencar é diferente do português contemporâneo. Todas as línguas vivas inovam graças à criatividade dos seus usuários. Alguns críticos, com o intuito de proteger e manter o idiomaestável, implicam com novos verbos, como "disponibilizar", novos substantivos como "descatracalização", novos adjetivos como "imexível" e "descuecado" ou até com estrangeirismos (sem equivalentes em português) como "dumping" e "ombudsman".
Para tentar banir o gerúndio do idioma, alguns observadores questionam as credenciais do mesmo e sugerem que ir+estar+verbo no gerúndio é resultado da invasão sintática do inglês. Essa crença não procede porque, em primeiro lugar, os falantes em questão nem sempre dominam o inglês o suficiente para o idioma estrangeiro interferir no português. Em segundo lugar, o português brasileiro apresenta uma variedade de gerúndios - e o inglês não. Alguns exemplos: "Olha, está querendo chover!", "Não estou podendo tirar férias agora". Cabe observar também que os idiomas francês e alemão não têm gerúndios. É a presença no idioma de uma sentença como: "O plantonista está atendendo amanhã na parte da tarde" que serve como "ponte" para a realização de: "O plantonista vai estar atendendo amanhã na parte da tarde". Na verdade, ao lado de formações como o infinitivo conjugado ("para comprarmos"), a mesóclise ("dir-se-á") e o futuro do subjuntivo ("se ele der"), a presença de gerúndios contribui para diferenciar o português de todas as outras línguas. É como Zeca Pagodinho e caipirinha; só o Brasil tem.
*Nasceu nos Estados Unidos e tem 69 anos - 35 deles vividos no Brasil. É integrante, e ex-chefe, doDepartamento de lingüística Aplicada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
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Fonte:  http://super.abril.com.br/cotidiano/vou-estar-defendendo-uso-gerundio-445579.shtml